O presente trabalho propõe-se a analisar a obra do escritor brasileiro Cristovão Tezza, O Filho Eterno, de 2007, e a tradução para língua inglesa, The Eternal Son, de 2013, de Alison Entrekin sob a perspectiva dos Estudos da Tradução Baseados em Corpus (BAKER, 1993, 1996) e da Linguística de Corpus (BERBER SARDINHA, 2004). Em consonância com as teorias norteadoras do campo da Literatura Comparada, os Estudos da Tradução superam perspectivas de equivalência e fidelidade para assumir a compreensão da tradução como um objeto perse (BAKER, 1996). Dessa forma, prima-se por identificar comportamentos inerentes ao texto traduzido de modo a contribuir para a compreensão dos processos, das características e, em última instância, do fenômeno da tradução. Este trabalho focaliza a tendência de simplificação – omissão e consequente redução no texto traduzido em comparação ao original – e explicitação – inserções explicativas e consequente aumento na tradução. A identificação e análise de tais características configuraram-se como uma tendência a aproximar o texto original a cultura e língua alvo, facilitando por meio de inserções ou omissões a leitura e fluidez para o público-alvo. A análise de toda a extensão dos subcorpora computados na pesquisa tornou-se possível por meio do suporte da ferramenta digital, WordSmith Tools 6.0.

Este artigo tematiza a efetividade dos direitos linguísticos. Tem-se como objetivo, alicerçado em reflexões em torno do campo interdisciplinar da Política Linguística, analisar tomadas de decisões judiciais envolvendo questões linguísticas que incidem e interferem no resultado de julgamentos. Nesse sentido, discute-se a efetividade dos direitos linguísticos. Para proceder à discussão, o trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e eletrônica, a partir das quais tecem-se considerações acerca do panorama de diversidade de línguas existente no Brasil e das políticas linguísticas internas do país, que incidem na perspectiva aqui defendida do respeito e promoção do multilinguismo. As análises e reflexões presentes no trabalho reiteram a importância e a necessidade de discussões em torno das ações de gestão de línguas na esfera jurídica, considerando que, em muitos casos, embora haja todo um conjunto de leis linguísticas e orientações nacionais e internacionais que versem sobre o tema, a questão dos direitos linguísticos ainda carece de discussão.

O presente texto o analisa emprego dos modalizadores em recortes de textos de alunos do ensino fundamental e médio, de escola pública do campo de uma cidade do Estado do Paraná. Partiu-se da análise de material coletado no banco de dados dos projetos Aplicação e Reflexão Teórica na Sala de Aula: análise linguística como suporte para a produção de textos de alunos de uma escola pública do Estado do Paraná (ART) e Diagnósticos e Aplicação Teórica em Sala de Aula: verificação do rendimento e avaliação do ensino de análise linguística e produção textual de alunos do ensino médio de uma escola pública do Estado do Paraná (DAT). A pesquisa básica, de cunho qualitativo, foi subsidiada por autores que tratam da modalização linguística, como Castilho e Castilho (1992), Neves (2006), Corbari (2008/2013), Koch (2009) e Sella (2011). Objetivou-se interpretar ocorrências dos modalizadores em tela em recortes de textos de estudantes participantes dos projetos supracitados, além de verificar o grau de engajamento dos produtores com o conteúdo enunciado, expresso por meio de tais estruturas. A verificação dessas camadas proporcionou avaliar o grau de engajamento estabelecido com o conteúdo proposicional. Este estudo permitiu observar que os modalizadores em análise estabelecem noções de ênfase e de atenuação, o que aponta para articulações que indicam negociações de ponto de vista.

Nas últimas décadas, o ensino de literatura tem sido alvo de inúmeras críticas. Muitos professores e pesquisadores da área não hesitam em afirmar que o ensino de literatura é um problema crítico dos currículos escolares brasileiros. Sobre a problemática relação entre escola e literatura, o professor Edmir Perroti, da Universidade de São Paulo, observa que ela nunca foi fácil pelo fato de a escola ser pragmática e estar voltada à transmissão do saber acumulado. O pragmatismo também aparece como vilão nas críticas de outros professores, transformando-se no principal motivo do fracasso no ensino de literatura, devido à escola privilegiá-lo em vez de priorizar a fruição literária, que procura despertar o gosto pela leitura. Nesse sentido, pretende-se nesse artigo, por meio de uma pesquisa bibliográfica, apresentar uma reflexão sobre as razões desse pragmatismo que tem prejudicado o ensino de literatura no Ensino Médio, a partir do confronto entre dois elementos importantes que norteiam o ensino da leitura literária: os documentos oficiais do Ministério da Educação e da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, e os livros didáticos disponibilizados pelo Governo Federal, por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

Este estudo visa apresentar o Pantanal mato-grossense delineado na poesia de Manoel de Barros, no que tange ao espaço vivido, paisagem e memória. Isto é possível devido à integração das perspectivas da Geografia Cultural e Humanística que, após as devidas reformulações em seu referencial teórico e metodológico, passam a conceber e compreender o homem e suas ações num dado espaço, considerando, inclusive sua subjetividade neste local. A pesquisa é de natureza quali-interpretativa, de caráter bibliográfico e objetiva demonstrar a aproximação de áreas distintas do saber, porém complementares, por meio da abordagem interdisciplinar. Parcialmente, pode-se dizer que o resultado dessa investigação contribui para a compreensão de fenômenos e aspectos naturais, inerentes à Geografia atrelados ao contexto literário de textos poéticos, suscitando reflexões e desdobramentos, na construção de significados e apreensão de sentidos, emanados da arte literária.

O presente artigo objetiva mostrar como o mecanismo da alienação incide nas práticas universitárias de professores pesquisadores. Analisamos que, a alienação, por vezes, contida nas práticas universitárias, nem sempre é reconhecida no processo de produção científica, por motivos que vão desde o reconhecimento ou status acadêmico à necessidade de complementação financeira por meio de projetos de pesquisa, bolsas produtividade, participações em bancas, entre outros. A análise aqui pretendida busca evidenciar as pressões que incidem sobre os professores pesquisadores. Tentamos compreender como as relações dos processos de produção na sociedade capitalista aos poucos vão redefinindo o trabalho dos docentes nas universidades públicas. Pretendemos um diálogo que busca elucidar o possível “seqüestro da subjetividade” envolvida na produção científica de professores pesquisadores na universidade pública brasileira, a partir do modelo de avaliação da Capes, incidindo diretamente nas práticas universitárias, criando consequentemente uma nova cultura universitária.

O adolescer como processo histórico tornou-se foco de políticas públicas, das quais destaca-se o fortalecimento dos vínculos entre os jovens e os territórios, entre elas o ProJovem Adolescente. Objetivou-se nesse estudo apreender a compreensão dos sujeitos acerca do processo saúde-doença e as vulnerabilidades nos territórios. Os territórios são espaços comunitários que expressam diferentes configurações, constituindo espaços de vida, de relações, construções e desconstruções de vínculos e que revelam significados atribuídos pelos diferentes sujeitos. O grupo de participantes foi composto por 51 adolescentes de cinco coletivos ProJovem. Para tanto, foram aplicados questionários e operacionalizados Grupos de Discussão. Os dados dos questionários foram tabulados e os depoimentos foram analisados por meio da análise de conteúdo temática. Vislumbrou-se que a desigualdade social oriunda das contradições da relação capital-trabalho, vividas pelos adolescentes, possui impacto no processo saúde-doença e podem influir tanto na apreensão/reprodução reduzida da saúde, quanto na apropriação do direito à saúde no território sob a forma de redes de proteção formal.

O conhecimento das tendências epistemológicas e metodológicas constituiu uma necessidade premente no âmbito da pesquisa, uma vez que esses elementos norteiam o posicionamento do pesquisador em relação ao objeto de estudo. O computador é um recurso de suporte à aprendizagem e disponibiliza inúmeras possibilidades pedagógicas favoráveis para a educação. Com a Informática Educativa é possível desenvolver soluções tecnológicas pautadas no método científico por meio de um saber sistematizado. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é identificar o estado da arte das pesquisas, em termos epistemológicos e metodológicos, na área da Informática Educativa. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, a partir do banco de dados do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. O período estudado compreende os anos de 2014 e 2015 e utilizou-se os descritores informática e educação. Os trabalhos selecionados foram sumarizados e classificados em categorias de acordo com sua tendência epistemológica e metodológica. O estudo apontou que na área da Informática Educativa há uma preferência pela utilização de epistemologia interpretativista e métodos qualitativos.